Estilhaços
Corpo pede descanso.
E que não haja descaso.
A terra pede chuva,
Mesmo que não traga alívio.
A sede é muita,
A saudade é tanta,
A sanidade afeta
O senso de luta.
Saudades, sim, de outros tempos
Quando a terra era fértil.
Hoje desespero alerta
Sobre um futuro incerto.
E pra onde vamos?
E o que é a vida?
O que somos?
Programação falida.
Em busca do ópio.
Pensamento óbvio:
Pão e circo.
(Rato correndo em círculo).
Alma pede refúgio,
A lida subterfúgio.
Dias intactos.
Tempo escasso.
Não, nada mudou,
E pra onde vou
Carrego meus estilhaços
De poeira do espaço.
E pra onde vamos?
E o que é a vida?
O que somos?
Fragmentação perdida.
Em busca da estrela original.
A essência, o sentido,
O sopro divino,
O nobre final.