Estilhaços

Corpo pede descanso.

E que não haja descaso.

A terra pede chuva,

Mesmo que não traga alívio.

A sede é muita,

A saudade é tanta,

A sanidade afeta

O senso de luta.

Saudades, sim, de outros tempos

Quando a terra era fértil.

Hoje desespero alerta

Sobre um futuro incerto.

E pra onde vamos?

E o que é a vida?

O que somos?

Programação falida.

Em busca do ópio.

Pensamento óbvio:

Pão e circo.

(Rato correndo em círculo).

Alma pede refúgio,

A lida subterfúgio.

Dias intactos.

Tempo escasso.

Não, nada mudou,

E pra onde vou

Carrego meus estilhaços

De poeira do espaço.

E pra onde vamos?

E o que é a vida?

O que somos?

Fragmentação perdida.

Em busca da estrela original.

A essência, o sentido,

O sopro divino,

O nobre final.

EuMarcelo
Enviado por EuMarcelo em 23/03/2019
Código do texto: T6605763
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