Náufraga desse (a)mar
No rio obscuro da vida
existe um barco á deriva
nas águas paradas no tempo
deste tempo que se perde
na sombra das tuas brumas
O barco desliza inquieto, ávido
espera a luz do amanhecer,
onde o sol seque a umidade
que goteja perene de querer.
São tantas as gotas gotejadas
e tantas as fragrâncias exaladas
que em arrojado ondular desliza,
nas pacatas águas da vida
o barco náufrago, deste (a)mar
E lá… Onde se funde o rio e o mar
na meiguice de um raio de luar
tu barco, deixarás de te perder,
descobrirás os teus velhos remos
e nos braços de um renovado ser
permanecerás firme, pungente,
neste rio que o destino
não quer ainda destruir