Da minha janela
Da minha janela vejo tudo
Carros que passam atrasados
Jardins sendo regados
Daqui é tudo tão miúdo!
Da minha janela vejo pressa
Sapatos guiam os transeuntes
Poças de lama, buracos, rejuntes
A vida voa, caminham depressa.
Da minha janela aprecio
Essa multidão de iguais
Olhos que não se fitam mais
Olhares que exalam frio.
Da minha janela sou mais um
Vejo e não sou visto
Para essa gente nem existo
Isto, registro, um dia comum.