Marielle Franco
Marielle Franco,
O manto, o canto,
A face, o pranto,
O peito, o flanco,
A dor sem acalanto.
Marielle Franco, a rua,
A carne sangrando, crua,
A estrada, a avenida,
A luta, a vida que não é só sua.
Marielle Franco,
A voz calada que grita
Nos guetos e nos palácios,
Ressoa nos quatro cantos,
Calando toda falácia,
Agitando as margens plácidas.
Marielle Franco,
A franqueza e aberto o peito
Encarava a força bruta,
Não repousava no leito
Sem a diária labuta.
Marielle Franco,
Uma semente deitada no solo,
Um fruto que frutifica,
Uma voz que se multiplica
Para não cessar esse canto.
17/03/19
Osiel Basílio
Poeta e Escritor.