VENTRE
VENTRE
Amélia Luz
Entre ramagens
de carne e amor
um ninho seguro
esconde uma flor.
Toda a raça terrestre
é tecida em silêncio
brotando das ramas do ventre
que audacioso desventra o amanhã.
No exílio do corpo materno,
abismo úmido e terno,
um anjo de cachos desperta
e canta sem medo
a canção da vida!
Que a cureta assassina
Não ouse impedir
O direito de nascer.