Apesar de tudo
Há frieza no olhar
Nas palavras
No tempero
E no cinismo ensaiado
Há desculpas da chuva
Há sede no calor
Há fome de amor
E há a dor que se encaixou
Há cobranças
Há cançasos
Há falta de quase tudo
Há morte na vida
Mas há sol entre os escudos
Há sonhos destruídos
Há gritos de liberdade
Há lágrimas
E há caminhos entre os moinhos
Há orgulho ferido
Há vaidades
Ha doses de desculpas
Há xícaras vazias e culpas
E em pleno cair dos céus
Há o frio do inverno
Um mar que ruge
E há dias de inferno
Assim segue o mundo
E apesar de tudo
Há o perfume da sua pele
Há seus sussurros no meu ouvido
Há sua barba me arranhando
E há um beijo decidido