É vento de chuva, com sensação de saudade
É vento de chuva
Vento de paz
Ou de algo meramente fugaz
É som que embala
Que toca a alma
Pode-se acreditar fielmente que é apenas
O desejo insistente
De ver chuva chegar às terras áridas
De sentir a chuva escorrer pelos vales secos
De observar a chuva lavando tudo
Terra, calçada, telhado... Alma!
Entretanto, há disfarçado
Escondido e oculto
Em cada linha
Verso a verso, poema, prosa ou poesia
Rima, estrofe ou historinha...
Um toque de saudades
Saudades de alguém
Saudades de amar
Saudades de se sentir amado
Saudades de um saudoso abraço
Inquietação por não ter mais
O abraço que tirava o fôlego
Que lhe deixava sem chão
Veja só, que vento mais insano
Trouxe ao seu pobre humano
Os sentimentos que estavam trancafiados
Guardados
Escondidos no interior do seu ser!
Pobre humano, que ao sofrer
Acha que a melhor maneira de viver
É se esconder
De quem o feriu
De quem não lhe sorriu
Ou até mesmo de você!
Veja só que vento insano
Trouxe palavras
E as soltou ao vento
Sem nenhuma conexão
Ou sequer sólida informação
Sem nenhum segmento
Sem rima
Sem ponto
Sem alento
Há um mero amador
Que vive mais como sonhador!