A MORTE DA ESPERANÇA
A MORTE DA ESPERANÇA
Por onde andei enquanto alguém me procurava?
Descobrindo o mundo e dentro de casa brincava
Talvez estudando e em alguma escola eu estava
Quiçá namorando e com alguma garota eu ficava
Trabalhando cedo para conquistar o que sonhava
Dormindo cansado e nos meus sonhos imaginava
Me formando doutor para ter aquilo que anunciava
Criando meus filhos e com suas mães eu cuidava
Demonstrando aos alunos, meu ofício eu ensinava
No silêncio da solidão, em pura reflexão, filosofava
Ao carente necessitado, sem fazer alarde, ajudava
No auge do meu existir, inesperadamente, expirava
Com ajuda da força estranha, de repente eu voltava
E agora, será que dá tempo, mesmo que atrasado...
De reconhecer que algumas vezes eu andei errado?
E que tudo que fiz foi acreditando estar apaixonado?
Pelo que, em minha vida, parecesse mais adequado?
Dizer às pessoas que convivi, meu sincero obrigado?
À minha família agradecer por me fazer sentir amado?
Aos meus amores alegar que sou o eterno namorado?
Falar aos amigos o sentido maior da palavra honrado?
A eu mesmo que minha existência me faz privilegiado?
Declarar esperança no homem ainda que amargurado?
Explicar a urgência de suprir a falta que o faz limitado?
Porque a falta é a morte da esperança, já diz o ditado
E quando morre a esperança, morre junto o encantado
Marco Antônio Abreu Florentino
Inspirado na canção ¨Por Onde Andei¨ do cantor e compositor Nando Reis.
https://youtu.be/A16pbwEOIF0
(Por Onde Andei - Nando Reis)