POETAR
Olhei para cima
As minhas preces permaneciam no mesmo céu, intensamente azul
Pensei...
Para que serve então a alma penar?
Olhei para a terra.
A sombra da minha alma jogada ao chão a rolar
Pensei...
Para que serve o meu vil corpo a dois espaços ocupar?
Olhei para o oriente.
A minha verdade vazia todos os dias a se renovar
Para que serve o Amor se ele vai nos deixar?
Olhei para o ocidente.
As minhas histórias eu queria afogar
Pensei...
Para que serve amar por amar?
Olhei para trás
As minhas profundas pegadas nas areias ainda estavam lá.
Pensei...
Para que serve então as forças das ondas do mar?
Olhei para dentro de mim.
As minhas emoções sempre atropelando a minha razão
Pensei...
Para que serve a razão se a sabedorias não nos alcançar ?
Olhei para adiante de mim
As minhas complexidades sempre seguirão comigo.
Então,
Para que eu sobreviva preciso poetar.
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