Noturno de Fevereiro

A um canto o retrato esmaecido.

Penso nesses olhos, nesse sorriso

na aldeia da minha vida,

com seus céus - leito dos longes!

Há tanto tempo que me escondo

dos lírios, dos cânticos,

da dança dos girassóis.

Do reino do coração.

Olhos abrindo mares,

tomando café ao luar.

Suplicando aos ventos

uma terra em que chegar.

Parece que tudo é selva.

Relva triste, sob estrelas.

No retrato esmaecido,

o tempo soluça escondido

na moldura cela.