BIRRENTO

BIRRENTO

Tudo o que escrevi fiz só por birra,

Só pra deixa claro o que é a vida.

Deixo escrito como um poeta.

Ser poeta é o que eu finjo.

Mas nem sei rimar de um jeito bonito.

As vezes rimo:

Beijo contigo.

As vezes rimo:

Prefiro sozinho.

As vezes rimo: com meninas,

As vezes rimo: com meninos.

As vezes que rimo

Por consequência existo.

Ora morrem os escritores,

mas não os livros.

Birrento,

Briguento,

Bi com sentimento.

Rimando o que está por dentro

Até com os sons do vento.

Se rima calem-se.

Aí está o meu alento.

Falta algo,

Mas não é talento.

Se já não tivesse escrito tudo,

pode ser que fossem aclamar-me um gênio.

Mas sou apenas um menino, birrento gemendo.