DE FATO
Esta árvore de poesias
plantei com restos de palavras
caídas no outono dos poetas atemporais,
versos como grama, rasteiros e sublimes,
cobrindo a terra com o hálito de fonemas...
Colhi tantos poemas que fundei uma sociedade
sem sócios, um país sem fronteiras,
uma casa sem portas,
recheada de pessoas felizes e trabalhadeiras,
fiandeiras de estrelas lunares
juntando o céu sonhado
e a terra viva...
Este pomar que frutifica todos os dias
alimenta a quem passou, passa e passará,
tem a seiva de todas as eras,
o amor de todos os corações e mentes,
nunca fica sem os frutos de todas as expressões,
soma de arte e filosofia, experiência e tato:
entre, olhe, apanhe, coma,
isso não é um sonho,
é fato....