Não deixe ser em vão
Nada foi vão.
Nada foi insignificante.
Há valor em cada estação
Seja a do gelo ou a do calor escaldante.
Sou fruto dos que partiram
Dos que ficaram e dos que virão.
Algumas folhas caíram
Mas a árvore não.
Estamos todos ligados
Unidos por uma raiz comum
Mesmo distantes e calados
Ainda somos um.
Os tropeços afastam companheiros.
Admiração vira ódio e a amizade um suspiro contido.
O sorriso que era tão verdadeiro
Foi cruelmente banido.
E cada memória tem a sua versão da caminhada.
Toda personagem se sente escritor.
E qual versão é a certa, qual é a errada?
O livro fica mais confuso do que letra de doutor.
Mas eu escolho deixar minha alma enfeitada
Com flores, cores e gratidão.
Porque por maior que seja esta estrada.
Sembre haverá um esbarrão.
E mesmo que sejamos teimosos e imaturos.
Mesmo que continuemos fingindo que nada aconteceu.
Mesmo que aumentemos os nossos muros.
Não podemos apagar o que o coração já viveu.