Epitáfio
em um lapso tudo termina
no estalo vazio que te leva
nas garras perpétuas do não ser
serpente que se enrosca quente
no teu pescoço frio e dormente
aproveita cada abraço sagrado
cada beijo oferecido ao teu corpo
cada criatura que te faz sonhar
logo estarás numa rua deserta
seguindo apenas os teus passos
não deixes que a magia se esvaia
por entre os teus dedos de pedra
e caia no chão sangrento das feras
reluz a cada raio de luz enviado
e não te esqueças de nós
também somos feitos de ti
quando fores embora
leva a tua saudade
e não batas a porta
perdoa-nos a maldade
ainda estamos por aqui