Poema de Amor de Vô
O olhar já perdia o brilho
Passos cada vez mais lentos
A pele com outra textura
Na solidão dos pensamentos
Várias luas se passaram
Desde o ciclo da semente
A espera irrompeu em choro
Dando à vida seu presente
Um amor nasceu de pronto
Da singeleza de um olhar
O passado virou moço
Pra o futuro acompanhar
A mão firme foi um norte
A voz doce, sinfonia
O perfume, acalanto
Para as horas de agonia
Caminhos trilhados juntos
Com ternura e com afeto
Por mais que a vida afaste
Vive um avô dentro do neto