BÁLSAMO

O sol devaneia sobre as nuvens febris,

O éter saboreia inconsciente os astrais

Donde se sente a essência dos funerais

Que sepultam as estrelas ainda infantis.

Sobre as almofadas do espaço vagueiam

As ondas magnéticas invisíveis ao olhar,

Contudo ebúrneas cicatrizes estão a rolar

Perante a abóbada onde sonhos permeiam.

Enquanto no solo pálido a vida é revanche,

Os ventos sopram em verdadeira avalanche

Desnutrindo a natureza tímida que se cala...

Furtivas, as almas se fitam assaz pavorosas,

Escondem-se nos vagões das rosas libidinosas

E daí se extrai um perfume aziago de opala!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 03/02/2019
Código do texto: T6565805
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