LOGAREJOS
Dá-me um naco que queijo
É um bote de cerveja,
Vamos conversar sobre as asperezas da vida.
Os caminhos de lama, ora de poeira.
Um raio caiu no guarda-chuvas,
Os filhos, os seus estudos.
Sobre o perigo das motocicletas,
Sobre a enchente que pode vir,
Sobre a sensibilidade do tato
Em mãos de trabalho calejadas.
Do fino trato que devemos dispensar
Aos amigos dos amigos dos amigos.
Falarei de Teresa
E confesso, ela ainda espera em ti.
Na sombra da paineira
Tem um banco e uma mesa.
Brindemos à feliz infância,
à plena juventude
E à velhice eterna.
Cortaremos com o mesmo canivete
Os apêndices, ou os capítulos tristes demais,
As cascas de laranja secaram e já brotam
Umas sementes, desde o último encontro.
- Esta rua, mas está rua tinha outro nome!