TERMÔMETROS

Onde durmo há vozerio que incendeia o silêncio

E as faíscas do fogaréu perpetuam a claridade

Sob as vestes multicores das palavras picadas

Ao vento,

Ao calor,

Ao frio,

Ao aconchego...

Perambulo atrás das hastes coloridas da inverdade,

Pois sei que o azul é amor,

Verde é esperança,

Branco paz,

Amarelo riqueza e desespero...

O mundo está obeso,

Nós estamos pobres

E nossos vocábulos

Já não expressam sentimentos,

Porém covardia e ilhas misteriosas

Donde de obtém um níquel de ouro.

Nossos corpos nos dão às avessas

A força bastarda que alimenta

O sedentarismo, a preguiça...

Tudo é inquietação da alma

Que, sem forma, apenas respira

Os centímetros do oxigênio

Diabólico pela poluição

Que descarta o salutar

Sem cerimônias...

Nos pontos cardeais há miséria:

Fome e sede se alavancam

No astral da memória

E, sem aptidões de recreio,

Cerze a carne mal passada,

Descarregando na essência

Da vida,

Do sonho,

Da esperança,

Da paixão,

Do amor,

A síndrome do sangue

Coagulado pela imperfeição!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 15/01/2019
Código do texto: T6551719
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