TERMÔMETROS
Onde durmo há vozerio que incendeia o silêncio
E as faíscas do fogaréu perpetuam a claridade
Sob as vestes multicores das palavras picadas
Ao vento,
Ao calor,
Ao frio,
Ao aconchego...
Perambulo atrás das hastes coloridas da inverdade,
Pois sei que o azul é amor,
Verde é esperança,
Branco paz,
Amarelo riqueza e desespero...
O mundo está obeso,
Nós estamos pobres
E nossos vocábulos
Já não expressam sentimentos,
Porém covardia e ilhas misteriosas
Donde de obtém um níquel de ouro.
Nossos corpos nos dão às avessas
A força bastarda que alimenta
O sedentarismo, a preguiça...
Tudo é inquietação da alma
Que, sem forma, apenas respira
Os centímetros do oxigênio
Diabólico pela poluição
Que descarta o salutar
Sem cerimônias...
Nos pontos cardeais há miséria:
Fome e sede se alavancam
No astral da memória
E, sem aptidões de recreio,
Cerze a carne mal passada,
Descarregando na essência
Da vida,
Do sonho,
Da esperança,
Da paixão,
Do amor,
A síndrome do sangue
Coagulado pela imperfeição!
DE Ivan de Oliveira Melo