Meu doce vinho amargo
A janela coberta pelas cortinas
Cor de vinho seco
Deixado na taça da sala
de estar
Amanhece tão depressa
que logo posso enxergar
a palidez da tua pele
que combina com a cor
vermelha do vinho
e da cortina da janela
Seu olhar preguiçoso
Ao acordar
Me lembra as pinturas renascentistas
Teu corpo estampado no colchão
ganha formas diversas
De certo, há alguém que
a queira pintar
Desenhá-la num mapa
Numa tela
Num caderno
Ou mesmo nos muros da cidade
Para que todos possam admirar