Confissões De Abril
Fora um sonho sussurrado
Pela afetuosa primavera,
Cuidado pela inocência
E colhido pelo presente
Que trilha seu movimento
Em passos imprevisíveis.
Enquanto vemos
O passar de mais um dia
Em que permanecemos acordados
Num profundo sono,
Esperando em quietude
Pelo despertar inevitável,
Assim como involuntário,
De tudo o que tecemos à ilusões.
Não ficam mais em segredo
As intenções que escrevemos
Na esperança de que
Chegue uma hora em que
Não será mais possível
Mantê-las em raso propósito.
Agora são peças,
De um quebra-cabeça,
De um mistério,
De um segredo,
De uma verdade,
De uma fortunada mentira.
E se são mesmo mentiras,
Terei então de ser parte
De cada uma delas.
Jogado ao intangível
Da mais crível inverdade que crio.
São floreios de sensações,
Tempestades de negações,
Farfalhar de promessas
E metamorfose de pensamentos.
Confissões afinal,
As imperfeitas uniões
De contrariedades incompatíveis
Com todas as semelhanças
Em perfeita harmonia.