O Abandono dos filhos.
-A minha vida passou
Nada hoje está igual
No pódio que agora estou
Vivo esperando o final.
O meu presente é ferido
Estou doente, esquecido
Por quem eu criei amando
Preso nesse labirinto
A cada minuto eu sinto
A morte se aproximando.
Onde agora estou sentado
Vivo sozinho, infeliz
Ouvindo a voz do passado
Que grosseiramente diz:
cadê aquelas pessoas
que tu deu a vida antes?
-Tendo outras vidas boas
De mim sendo as mais distantes
Mas você vive tranquilo
Vagando pelos abrigos!
-Na verdade nesse asilo
Tem meus maiores castigos.
castigos? Acho que não
tratam você muito bem!
-Sim, mas a solidão
A todo segundo vem.
E a força que você tinha
Saudável de corpo ágil?
-Nessa trajetória minha
Transformou-se em algo frágil.
Suas antigas passadas
Diga de alguma maneira!
-Estão todas concentradas
Nas rodas desta cadeira.
E seus filhos onde estão?
Ainda se lembra deles?
Depois que o deixaram então
Nunca mais vi nenhum deles...
-Meus filhos não mais vieram
Sequer visitar a mim
Depois que aqui me trouxeram
Eu fiquei sozinho assim.
Notícias não mandam mais
Nem mesmo no dia dos pais
Um sequer apareceu
Estão distantes vivendo
Com certeza se esquecendo
Que ficarão como eu.