O Abandono dos filhos.

-A minha vida passou

Nada hoje está igual

No pódio que agora estou

Vivo esperando o final.

O meu presente é ferido

Estou doente, esquecido

Por quem eu criei amando

Preso nesse labirinto

A cada minuto eu sinto

A morte se aproximando.

Onde agora estou sentado

Vivo sozinho, infeliz

Ouvindo a voz do passado

Que grosseiramente diz:

cadê aquelas pessoas

que tu deu a vida antes?

-Tendo outras vidas boas

De mim sendo as mais distantes

Mas você vive tranquilo

Vagando pelos abrigos!

-Na verdade nesse asilo

Tem meus maiores castigos.

castigos? Acho que não

tratam você muito bem!

-Sim, mas a solidão

A todo segundo vem.

E a força que você tinha

Saudável de corpo ágil?

-Nessa trajetória minha

Transformou-se em algo frágil.

Suas antigas passadas

Diga de alguma maneira!

-Estão todas concentradas

Nas rodas desta cadeira.

E seus filhos onde estão?

Ainda se lembra deles?

Depois que o deixaram então

Nunca mais vi nenhum deles...

-Meus filhos não mais vieram

Sequer visitar a mim

Depois que aqui me trouxeram

Eu fiquei sozinho assim.

Notícias não mandam mais

Nem mesmo no dia dos pais

Um sequer apareceu

Estão distantes vivendo

Com certeza se esquecendo

Que ficarão como eu.

Guilherme Nobre
Enviado por Guilherme Nobre em 06/01/2019
Código do texto: T6544551
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