Cérbero


Uivo de cão dentro da noite,
Enquanto ele uiva, estou segura
Sei que a vida, mesmo obscura,
Segue seu curso.

Estão fechadas as portas do inferno,
E um cão as guarda - nunca adormece.
Estão fechadas as portas do inferno,
Não há nada a temer - nada!

Uivo de cão dentro da noite,
Sob as cobertas, eu estremeço
Mas logo depois, aconchegada
Fecho meus olhos, adormeço.

A escuridão desse meu quarto
Não é bem mais do que eu escureço.
Nada a temer - a vida segue,
Traz a manhã um recomeço.

E segue seu curso.


Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 27/12/2018
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