Gladiador lll
Acreditem nas entrelinhas desse poema, a muito de mim.
Gladiador
Já pelo homem...,
... apupado, exaltado, glorificado...!
Já fui pelo homem...,
... avaliado, coroado, gratificado...!
Já fui pelo homem...,
... abolido, excluído, perseguido...,
... destruído.
Perambulei na rota do fogo...,
... habitei nas sombras dos umbrais, na lama.
Já comi o pão, que o diabo amassou.
Sim o pão... que o diabo amassou...!
Mastiguei, degluti garganta a baixo, engoli.
Engasguei, digeri, vomitei, defequei.
Com a saliva espessa comi... comi...comi.
Vaguei e muito, por ermas estradas.
Vasculhei lixeiras, lixos, lixões...!
Ingeri restos, feito ratos.
Pernoitei-me em marquises...
... e bancos das praças.
Você não tem ideia, ideia...,
... o quanto sofri.
Eu sim...!
Por fora morri, morri...
Mas no imo a tudo, resisti.
Sou forjado em ossos de aço...,
... d’uma força inesgotável e fé, muita fé.
Travesti-me com meu escudo
Empunhei m’inha espada.
Prossegui nos campos de batalha.
Caminhei no fio da navalha.
Estando eu n’um profundo tormento.
Abracei a causa, minha causa.
De mãos erguidas e coração aberto, liberto.
Clamei, bradei, bradei...
Deus é essência, paz, real espírito.
Meu guia luz, meu alento.
Para a remissão dos pecados...
... doaste-nos- o primogênito.
Mestre Amado Jesus Cristo.
*Adilson Tinoco*