MONOTONIA MONÓTONA
As coisas que eu não posso ter, ver ou sentir
Consomem, mastigam meus instintos de lobo
Sou um porco na lama em busca de pérolas
Meu mundo é limitado como um quarto pequeno
E eu me debato querendo quebrar as correntes
Sou um frustrado sem oportunidades de brilho
Estrela morta e escura sem reflexo no mar
Queria ser além da compra, me expandir, entrar em outros corpos
Queria ser uma floresta e me sentir múltiplo
Mas meus dias são catedrais de rigor e seriedade
Sou uma estátua nobre, mas sem valor ou graça alguma
Não trago novidades em meus bolsos ou mãos
Meus pés pisam a calçada comum dos comuns
Ah, surpresas boas e mistérios, por que vos escondes de mim?