ESCOLHAS

Faz parte da vida a vida

Talvez quiséssemos apenas não ter que escolher nada

Ou quem sabe poder escolher alguma coisa

Nada disso faz sentido

E se tivesse não entenderíamos

Porque nós é que somos complicados

E não as coisas

Elas, as coisas, são simples como a chuva caindo

O meu ideal de vida seria

Poder olhar a chuva cair por detrás da janela

O vidro embaçado pelo choque de temperatura

Tudo com essa beleza de fatos incompreensíveis

Olhar para os lados e ouvir o silêncio

Sentir o cheiro da solidão

Ter um encontro feliz com meu próprio sonho

Não, ela não está

Saiu para nunca mais

Por isso que a amo para sempre

Porque esse amor impossível é que se faz eterno

Saber que ela está em algum lugar

Me faz pensar que não preciso dela para viver

E isso mantém vivo o meu amor

Porque amor de verdade não precisa de motivos

A solidão é mais poética do que o encontro

E essa vontade de ter uma casa

Um jardim florido

Um quintal imenso com crianças correndo

Nunca nos fatiga

É sempre nova e crescente

É uma realidade distante

Em que vemos apenas o que nos agrada no sonho

E que bom, meu Deus, nunca se realiza.

João Barros
Enviado por João Barros em 10/12/2018
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