ESCOLHAS
Faz parte da vida a vida
Talvez quiséssemos apenas não ter que escolher nada
Ou quem sabe poder escolher alguma coisa
Nada disso faz sentido
E se tivesse não entenderíamos
Porque nós é que somos complicados
E não as coisas
Elas, as coisas, são simples como a chuva caindo
O meu ideal de vida seria
Poder olhar a chuva cair por detrás da janela
O vidro embaçado pelo choque de temperatura
Tudo com essa beleza de fatos incompreensíveis
Olhar para os lados e ouvir o silêncio
Sentir o cheiro da solidão
Ter um encontro feliz com meu próprio sonho
Não, ela não está
Saiu para nunca mais
Por isso que a amo para sempre
Porque esse amor impossível é que se faz eterno
Saber que ela está em algum lugar
Me faz pensar que não preciso dela para viver
E isso mantém vivo o meu amor
Porque amor de verdade não precisa de motivos
A solidão é mais poética do que o encontro
E essa vontade de ter uma casa
Um jardim florido
Um quintal imenso com crianças correndo
Nunca nos fatiga
É sempre nova e crescente
É uma realidade distante
Em que vemos apenas o que nos agrada no sonho
E que bom, meu Deus, nunca se realiza.