O fim de gentes vivas e mortas
Eu vejo gentes
Não gentes mortas
Mas gentes vivas
Que vivem a sorrir
O morto sou eu
Que perambulo pela vida
Me escondo nas trevas
E não vejo a vida passar
Igual aos outros
Não sou bandido
Pois
Não sirvo para isso
Mas sou uma ave soturna
Que rasteja à noite
E se esconde de dia
Não se esconde de nada palpavel
Se esconde apenas da realidade
Eu vejo gentes
Não gentes mortas
Mas gentes vivas
Que são igual a mim
Esperamos que acabe o mundo
E de nós e os outros
Vejamos o fim.