MADRIGAL DE ALMA LIBERTA
Uma tontura, uma vertigem,
Vou à janela, observo o jardim,
Abelhas dançam festeiras,
Carros emitem sons no silêncio.
Nada triste, afora o muro com fuligem,
Nada há de queixas vindas por mim ...
Enquanto todas pereiras
Do pomar ao lado... "Tudo penso" ...
A alma sobrevoa ilhotas passadas
Da maneira mais genuinamente pueril,
Coisinhas simples pegas a laçadas -
Sou o último cowboy do Brasil !
Agradeço aos jasmins que floriram,
às nuvens, aos cobertores que me aqueceram,
Aos tios, pais, irmãos, amigos ...
Aos cães amorosos de caudas sorridentes.
Todas minhas febres conseguiram,
Todos meus ais se e me apeteceram...
Portas fechadas, mas postigos
Entreabertos para que avistasse as gentes.
Sim, confesso, tive vida bem reclusa.
Havia aquele mar ao alto e meu declive,
Mas minh'alma comporta eclusa,
Elevo-me ante toda angústia que tive.
DEDICO À QUERIDA AMIGA ELIANA PUGLIESE