O homem e a colher
Não vista esta máscara,
tire-a de tua face.
É fantasia de morte,
da tua sorte.
Da tua pouca sorte.
Por isso lhe digo,
lave o teu rosto.
Cure as tuas lágrimas,
dos teus desgostos.
De um coração ferido.
Cabra da peste,
eu bem sei donde vieste.
Alma sofredora,
você é semente boa.
Um filho do sertão,
do meu coração.
O sertão dos agreste.
Sei que és um homem de fé,
daqueles que oram.
Roga a Deus todo santo dia....
Saiba que o céu te ouve,
é Nossa Senhora.
Ela sabe o que tu pedes,
entende porque choras,
E assim ela intercede.
Se na boca poucos tem poucos dentes,
mas , resistentes.
E assim tu vais raspando tudo....
É a tua luta contra a fome.
Um homem e tua colher.
Por isso lhe digo,
meu bom homem.
Não importa se teu olhar é triste,
sei que nele um poema existe.
E na escola da vida tu não faltas,
tens sempre uma boa nota.
É verdade,
a vida te é uma prova.
É exatamente isso o que nos falte.
É ter fé ,
é ter coragem.
Autor : Francisco de Assis Dorneles