VER DE VERDADE
Cegos olhos que não vêem senão apenas incertezas e angústias
(quando vêem)
Ou então a doce imagem que ilude e mente em seus contornos
E com o tempo vede que não mais a alma sonha
(o que dantes em tal grau a inebriava!)
Dos que agora não enxergam tão somente o dever do que se deve fazer
E só!
Quem, por acaso, já viu uma flor?
Ou um simples pardal?
E quem algum dia contemplou a vida?
(e a viu?)
Trombamos com mil pessoas nas ruas e fato é que não as vemos
E quem se deparou no espelho e de viu de verdade?
Ver de verdade!
Quão poucos o fazem
Do que se faz a diferença... entre enxergar... e realmente ver
Todavia, como nos ufanamos do que podem ver os olhos d’agora!
Pelos instrumentos que o presente tempo a nós agracia
Mas, poderiam, de fato... ver?
Ah, quem dera se os microscópios pudessem “ver”
... na luz de sua lâmina o que de fato há na gota... d’uma lágrima!
Daquela que para tantos é somente uma somática secreção
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27 de novembro de 2018