A CIDADE POSSÍVEL

Quando o pintor Gustave Coubert

pintou o quadro “A origem do mundo”

a vagina ali exibida poderia ter um nome

que chegasse a outros juízos:

“A origem da Segunda Terra”;

“A origem da Mata-Atlântica;

“A origem de possíveis cidades

no meio dos poucos pinheiros”.

Deveria ser mais fácil,

achar qualquer sentido

na causa daquela imagem,

e na formação de quem procura.

No quadro de Gustave Coubert,

há um corpo de mulher

e sua vagina magnífica.

Tão sozinhas pareciam as vaginas do século XIX,

tão juntas estão no século XXI,

isso porque a liberdade quer mais certezas

do que os mármores eternos

de uma Vênus de Millo.

Paulo Fontenelle de Araujo
Enviado por Paulo Fontenelle de Araujo em 24/11/2018
Reeditado em 20/07/2020
Código do texto: T6510433
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