HOJE

NOTA: Registro aqui minha homenagem a uma poesia esquecida de um poeta e cantor que esta nova geração (dos anos 80 pra cá) não conheceu: Taiguara Chalar da Silva. Creio que os poetas mais experientes deste Recanto sabem do talento, graça e riqueza presentes na poesia maravilhosa de Taiguara. Os versos abaixo são da canção "Hoje", sucesso nas rádios do Brasil nos anos 1968 a 1976. Vale a pena ouvir.

HOJE

(Taiguara)

Hoje

Trago em meu corpo as marcas do meu tempo:

Meu desespero - a vida num momento -

A fossa, a fome, a flor, o fim do mundo!

Hoje

Trago no olhar imagens distorcidas:

Cores, viagens, mãos desconhecidas.

Trazem a lua, a rua às minhas mãos...

Mas hoje,

As minhas mãos enfraquecidas e vazias

Procuram nuas, pelas ruas, pelas tuas

Na solidão das noites frias por você.

Hoje

Homens sem medo aportam no futuro.

Eu tenho medo, acordo e te procuro...

Meu quarto escuro é inerte como a morte.

Hoje

Homens de aço esperam da ciência.

Eu desespero e abraço a tua ausência,

Que é o que me resta vivo em minha sorte.

Sorte

Eu não queria a juventude assim perdida,

Eu não queria andar morrendo pela vida,

Eu não queria amar assim como eu te amei.

Autor: Taiguara Chalar da Silva

Taiguara Chalar da Silva
Enviado por Sidnei Garcia Vilches em 18/11/2018
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