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     Milagre da Vida em Flor!

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Rios que golfam pro alto ao se evaporar
Depois de um sol escaldante, perene e forte
Moldam nuvens encharcadas á condensar
Lagrimais densos na ante sala da morte.


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Chuvas fluentes na reza, hão de cessar
Águas impetuosas descendo e lavando ladeiras
Molhando antes mesmo do dia nascer e orvalhar
Por campos vastos floridos e matas inteiras.

Regando forças bravias em corredeiras
Sucumbindo em grotões enternecidos
Temor e terror lotam leitos nas cordilheiras
Dragam sonhos e clamores, agora perdidos.


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Esparsas goteiras teimam cair, somar e rolar
Molham chãos, cobrem ‘ais’, em lodo soterrados
Desnudo cenário em triste agonia, insiste velar
Presságios de dores, antes amores revelados.

Arco-íris luzente se impõe, colorindo promessas
Sob um toque e olhar do Divino em maior esplendor
Amigado ao vento que varre estridente e tudo resseca
Aligeirando o milagre numa única vida em flor.

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Desfolhada em folhas e pétalas sujas e desidratadas
Resumida guerreira que restou ao turbilhão torrente
Traz consigo a herança da vida pelas raizes, ceifadas 
Sairá de si nova mata brotada com seu DNA em semente!

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