UM DIA APÓS OUTRO
Acordei despido
das mágoas e delírios,
e gemidos.
Transportaram-se do jeito que estava.
Deixei para traz velhos hábitos,
vesti infinidades de outros,
Alguns parecidos, noutros amortecidos;
Não pretendo ser mais
Aquela planta acomodada no vaso,
Florindo na sala
Só para os olhos do caseiro.
Meu mundo se dilatou,
Ou entrei numa rascada
Exploro outro corredor
Amarelado
Pareceu-me estreito,
Mas, não me incomodou.
O vento bate-me
Nas costas dando boas vindas.
Não tem volta.
Bagagens nem pensar...
Mas, levei na frasqueira alguns acessórios:
Alegria, para animar as incertezas,
Perseverança, para contrariar o refugo,
Magia para manipular meu ser simbólico.
E não esqueci
Um pouco de minha juventude.
Minha conduta
Satisfaz meus passos
Sinto-me como uma árvore
Plantada à beira de um igarapé.
Opuseram-me a entrar
Com coisas mais.
Afinal de contas
A turma aqui é outra
Joga com outras chuteiras.
Quem me trouxe, agora
Já dispensou a lotação.
Vesti-me de outro ser,
sem demora.
E, já traguei a essência
No cair da noite,
Resta-me relaxar
E desfrutar
12/05/2018 - Poema para mim que mora em maio.