A PRECISÃO DO AMOR
Procuro e não acho
o verso que dorme no espaço
esperando o astronauta da poesia
aquele que desfia
a matéria em fibras eletromagnéticas
para uma nova e estonteante poética...
Acho sem procurar
o verso que dorme no mar
das últimas considerações
como se fosse eu o escafandrista
a vagar num areal sem deixar pista
e que descobriu a alma de todos os corações...
Parado tudo à volta salta e rola
como se a descoberta da roda
nos trouxesse a volatilidade
do espírito que ao infinito grita
e tudo ao redor excita
do senil à infantilidade...
Quando ando levo os mistérios da natureza
como o falcão leva no bico a frágil presa
assumindo darwinianas possibilidades
que movem em nós as nove verdades
com a precisão do tigre farejador
que é a precisão do amor...