INEXORÁVEL
Não faço o papel de núncio. Sou anúncio. Todo ânsias, anuncio fragrâncias,
aflorado como jagunço na sina das distâncias - Cacto a cacto, resseco-me ao Sol , pelo céu o pacto ressoa arrebol. Insisto no papel de fragrância desejoso de umidade, ansioso que o odor de flagrado no desejo de minhas instâncias, das quais fiquei vaidoso, precipite-se lado a lado.
Tenho que em meu cangaço
Possa emitir meus ecos
E gritar até o cansaço :
"Sou fato e não mais feto ! "
Toda a caatinga me cala,
Dissipam - se as ordens
De mundo de minha fala :
Há aqueles que acordem .
Força maior me transpõe, de repente vejo - me rio, choro, grito, mas há
vácuo entre todas as ações. Poe motivo de desfastio sigo o fogo fátuo.
Por caminho o cemitério sigo do fim para o início, nada em cada extre -
midade.
Atlas me sustém império
Das qualidades e vícios,
Toda minha iniquidade.
Jamais serei causa
Nesse papel de coisa;
Serei, talvez , a pausa
Na qual se acoita.
Enchi ânforas e ânforas de fundo vazio : Eis o inexorável, cri estar no
píncaro quando o vozerio me fez amável. Erro no erro, como cervo que
pasta na clareira, sirvo mas jamais conservo claro com minha candeia e
não se esqueça de que a essência de meus atos foi a fragrância, não tive
o tato como decência, centrei no odor das mudanças.