LEMBRANÇAS MALDITAS

Natureza viva a que s’esculpe meu viver

A que nele passeio nos arredores dos dias

E nas memórias da noite em que durmo... d'olhos abertos

Pessoas e situações: eis minha história!

Eis, sem dúvida a história de todos!

Contudo, limitar-me-ei apenas eu:

Às vezes na doçura do que em tal grau as amei

D’outras vezes entre mágoas e torturas as quais tanto as odiei

E destas, decerto que não merecem minhas lembranças

Todavia, por que insistem em minh’alma ficar?

Não, não, não!

Definitivamente, não as quero mais comigo

Não em meu psicológico tempo (daquele que já foi de fato embora)

Ao que deste modo quereria evacuar mil coisas de minha memória

Ai, esta maldição que agora e sempre de mim se ri!

Quanto mais eu quero que se vão mais elas então comigo permanecem

E por quê?

Simplesmente visto que o desejo de não mais querê-las

... faz com que delas eu portanto em mim as guarde

E destarte as abrigo continuamente... em minha enferma mente

Enquanto delas eu lembrar...

É lógico!

Como se diz:

"Quanto mais se esforçar para s'esquecer de alguém

... pela ofensa que ele lhe fez, mais dele se lembrará

... e o seu mal em su’alma ruminará"

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4 de novembro de 2018

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 04/11/2018
Reeditado em 05/11/2018
Código do texto: T6494534
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