SONETO DE AMOR

Ah...quanta magia no amor se esconde

que só revela quando se perde os sentidos,

o que era ferro torna-se primeiro bronze,

depois claro como translúcido vidro...

Fere a letargia o súbito espasmo doce

que põe nos olhos de quem vê a paixão

e assim como uma brisa que pétalas trouxe

a quem devota um ramo de sangue do coração...

Fostes tu a escolhida para receber a dádiva

ou simplesmente ao acaso viu-se pálida

por revelar a ti a face o amor sutil?

Fostes tu a alegria que vem ao mundo ver

o quanto é nobre ser triste sem perecer

na angústia vã de sortilégio vil?