POEMA PARA UMA PROSTITUTA
você mulher das esquinas,
amante temporária de homens cheirando à álcool
e de tantos outros com poder aquisitivo que lhe procuram
para descarregarem as suas energias.
Você porta-voz do cais do porto, mulher sem homem definido,
"mariposa" que sobrevoa
os bares superlotados e imundos,
"amada" por tantos infelizes, pelos que não tiveram sorte no amor,
"rainha" das noites frias e traiçoeiras.
Você que com a sua sensualidade
leva os homens à "loucura",
que sacia caminhoneiros, burgueses e malandros,
que se deita com tantos
e se sente sempre só,
que não se entrega porque não confia em ninguém.
Você vítima do próprio sistema em que vive,
sem esperança do minuto seguinte
porque a sua vida é cheia de imprevistos,
quando não corre da polícia
tenta se desvencilhar das mãos do cruel,
do covarde vagabundo.
Você que com a sua História
inspira poetas como eu
que é "filho" adotivo da madrugada.
Você que a sociedade podre chama de prostituta
lhe dedico esse simples poema,
com a absoluta certeza que a mulher que vive em você
lhe socorrerá na hora do perigo
e que a luz é um troféu
para os que conheceram a escuridão
e você é uma mulher vitoriosa.
Boa sorte e muita alegria, mulher,
por mais que seja difícil
quando se vive no BANDIDO mundo da rua...