Corpo Amordaçado

Desliza pelo corpo o suor dançante,

Que dança palavras do poema mais imoral,

Mais pecador e atraente pelo retrovisor dos seus olhos castanhos,

Fale,

Fale mais alto e escreva sob a pele marcada,

Pela boca machucada em sua piscina de sangue que dá-me prazer,

Grita,

Grita baixo e suave os girassóis,

Os girassóis rebeldes,

Que torturam-se na lua,

Enquanto o destino risca meu poema,

Ao meu corpo a autonomia,

A surra nas tiras de minha marca,

Fale,

Fale comigo uma pequena vez,

E me escreva,

Me escreva com um ponto final,

E não me adore,

E me enrosque,

E traz para mim o luxo da vontade de não querer morrer,

Mesmo a vida sendo uma prostituta doente...

Lucas Nelson
Enviado por Lucas Nelson em 30/09/2018
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