ENGANOSOS OLHOS PELA FUGACIDADE DO QUE VÊEM
Oh, durou apenas um brev’instante
Ao que não tardou talvez por não querer afadigar os olhos
E assim não sobrou nem vestígio ou prova do que se foi
Contudo, foi...
Sonho de um encanto que se agonizou... e findou
A deixar para sempre o semblante de quem no tempo amou
Oh! Ingênua vista a que s’inebria pelo que se vê
Talvez, melhor seria se cega a fosse, minh’alma
E destarte, quem sabe, de verdade enxergarias
Todavia, vede que seus olhos são, certamente, sua maior maldição
Formas que aos meus olhos em tal grau fascinam
Mas, que pena! não são perfeitas
Pelo que no tempo envelhecem... desvanecem... e morrem
Se perfeitas fossem... vede que eternas seriam
Ou seriam eternas visto que são perfeitas?