O FUNDO DE CADA CORAÇÃO
Olho pela janela a cidade submersa
olhos castanhos e azuis e cães na coleira
o coração sem pernas não tem pressa
menos ainda pensamentos bobeiras...
A vida é o que tenho e nada mais além
a canção soa como um farol de sentimentos
deixo a porta aberta para alguém
que pare para ver o que há aqui dentro...
Um bando de poetas passa em revoada
jogam restos de poesia sobre cada solidão
mais que amores cantam o tudo e o nada
que habita o abismo mais fundo de cada coração...
Depois de um tempo o temor se vai
nem geleiras nem terremotos nem desprezo
causam dano algum a alguém que vai
de encontro ao que chamam de medo...
O sol te descobre num canto qualquer
teus braços parecem asas abertas
a buscarem o voo magnífico que puder
para a tua alma tão livre e certa...
Deus destino desdém despenhadeiro
tudo parece efeito ótico crepuscular
dono diagrama diapasão dúvida dinheiro
tudo parece que está fora e no mesmo lugar...