Alma infeliz
Finjo que sorrio em meio a multidão
Choro por dentro lágrimas de solidão.
A cama vazia, há falta de alguém
Triste e chorando o vulto foi além.
O céu escurece em meus olhos marejados
Termino e paro
Com os lábios congelados.
As pálpebras não sabem o que é sorrir
Para alguém,
Ela abre e fecha
Numa dança do procura a quem.
O sol brilha em meio a cortina fechada
Não abro a janela
Para não viver um acaso.
O quarto parece gigantesco
Eu me fecho
Me reviro do avesso.
O estômago ronca querendo algo
Que não vejo.
O corpo grita
A alma esperneia
O espírito clama
Por salvação desta alma
Que nem céu, nem inferno almeja.