Feras em mim
Queria domar todas estas feras
Que alimento dentro de mim
São ferozes quando menos suporto
Amigáveis quando não tô afim
Feras que me abraçam, me protegem
As monto e reconto meus contos
Que me devoram, se perseguem
Estraçalham e espalham-me em prantos.
Dia-a-dia as recrio novamente
Consomem meu eu vagarosamente
Morro um pouco de cada vez
Marcas profundas, feridas abertas
Garras vis de inimigas tão certas
habita em mim toda a insensatez