A coragem ainda está entre nós
As vezes é assim
Entramos em modo off-line
Jogando de cabeça na solidão
E assim mergulhamos em um vazio existente
Sem ajudas ocultas e sem precedentes
Apostamos nossa fé nos deuses
Brincamos de baralhos
Escondemos a nossa verdadeira face
Por medo da rejeição
A gente é um monte de coisas em vão
Às vezes é assim
Sentamos para tomar um café
Meio doce e meio amargo
E tentamos recarregar as pilhas da euforia
Enquanto procuramos uma notícia boa nos jornais
E uma vaga na garagem para repousar a paz
Às vezes é assim
Apertamos o botão REINICIAR
Na esperança de pularmos as fases da vida
E chegarmos ao nível mais avançado
Mas acabamos esbarrando na tecla volte três ansiedades
E aguarde a sua vez - Ainda não aprendemos a viver
Às vezes é assim
Queremos saber para onde estamos indo
E se estamos realmente indo a algum lugar
Ou se simplesmente estamos esquecidos em Nárnia
Ao meio a uma estrada duplicada na BR, perigosa e cheia de curvas.
Vivendo uma guerra interior por medo de voltar.
E é assim
O sol volta a brilhar todos os dias
E voltamos a nos perguntar
Por onde foi o trem que deixamos passar
E onde se aperta o botão que irá nos salvar
Da barca das desilusões, antes mesmo de afundar.
E voltamos ao mesmo ponto
Onde há uma parada obrigatória
Entre o coma da quase vida e a morte - pelo ponto de vista
Tão definida e objetiva - um dia irá nos levar.
Mas enquanto o jogo rola
As cartas ainda estão na mesa
E eu!
Ah, eu prefiro dormir.
É lá onde atravesso minhas barreiras invisíveis
Sem me arranhar ou me ferir
E assim ganho mais uma vida
Nesse místico tabuleiro
Que se chama viver