LAR DE MADREPÉROLAS
Sou ostra,
Acolchoei manto com silêncio,
Tecido para minhas pérolas.
Meu nácar garante-me essência.
Fecho-me sob a concha
Indiferente às correntezas do mar,
Ávido por minhas belezas.
Enquanto cosia pérolas
O homem me cozia,
Fazendo-me prato francês.
Triste túmulo.
Morto no fechamento,
Não pude dar ao mundo
A joia que tecia.