LAR DE MADREPÉROLAS

Sou ostra,

Acolchoei manto com silêncio,

Tecido para minhas pérolas.

Meu nácar garante-me essência.

Fecho-me sob a concha

Indiferente às correntezas do mar,

Ávido por minhas belezas.

Enquanto cosia pérolas

O homem me cozia,

Fazendo-me prato francês.

Triste túmulo.

Morto no fechamento,

Não pude dar ao mundo

A joia que tecia.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 04/09/2018
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