Notas de resiliência
Sabe...
Foram as lagrimas que me lavaram os olhos.
Não posso as maldizer,
Sabe...
Foram os abandonos que me fizeram completo.
Sem precisar de mais nada.
E agora em mim, caminho ao repleto.
Livrando-me de toda mágoa.
Para uns, tornei-me insensível.
Para mim, isso é um disparate.
Suportei, o que julguei impossível.
Hoje, não me importo se mal me trate.
Caminhei por estações inteiras.
A beira de um gélido abismo.
Enamorando profundas ribanceiras.
Adubando meu tenro niilismo.
Hoje não restam dúvidas, de que bem ali me atirei.
Sim, posso dizer que morri... porém depois eu voei.
Não estou harmonizado a esta nova vida.
Horas vejo o resto de minha crisálida.
Pulsa em minhas veias uma angustia ardida.
Com uma pigmentação um tanto pálida.
Meus melhores dias, agora são lívidos.
Contudo, nunca antes foram tão vívidos.
Torno-me um homem imago resignado.
Simplesmente vivo, deixei as esperanças de lado...