Verso novo
Sorri, solitário, o céu tempestuoso
que me convida lá fora.
Meus olhos te procuram, mas não contemplam.
Meus desejos te recriam, mas nada a mais.
Desce o morro, poeta!
Vê teu povo resistir,
teu amor sucumbir,
embaçados verbos
afogados em lágrimas,
equivocados gritos
a chamar ninguém,
esperanças tantas expostas ao amanhecer.
Sorri, circunspecto, o menino
que sonha em restaurar
seu lar e sua vida.
Vê teu sonho resistir a tudo,
reminiscências que inquietam o sono,
rebrilho de outrora no retrato ao lado,
perfume vivo de quem para ti morreu.
Levanta, poeta.
Novamente, poeta.
Teus campos ainda têm mais flores...
Verso novo