VENI, VIDI, VICI!
Somos o que nunca seremos
usamos palavras que nunca escreveremos
vamos a lugares onde nunca fomos
abraçamos a quem nos foge
rimos com quem chora
amamos a quem nos odeia
beijamos sombras
falamos com as paredes
desejamos o que nem se sabe se acontecerá
tememos monstros de contos de fadas
queremos o salto sem saber onde está o muro
e num belo dia aparece alguém com asas nos pés
com palavras tão corretas que corrige línguas
anuncia o fogo como se inventado agora
o coração lança chamas contra incêndios
sorri com o mar e os peixes aplaudem
dá a mão e levanta multidões
e esse homem está aqui agora
é você - meu amigo
que me lê e crê
é você - amigo
que sabe onde está a porta
como girar a chave
encarar a luz
ir
ver
vencer
Júlio César disse- veni, vidi vici!