Labirinto.

A vida da gente

É um labirinto

Que pode ser que seja breve

E pode ser que o veja imenso

Mas é tudo ilusão

Penso que há

Quem tenha passado por ele

Na desenvoltura de um sonho leve

Há quem o apenas transforme

Numa enorme moldura de espelho

Sem noção do próprio orgulho

Pra ver a si mesmo perdido

A vida pode ser um Céu

Repleto de ventos mornos

Carregado de estrelas brilhantes

Pode ser um jornal que se lê

Simplesmente um tribunal

Repleto de juízes, cadafalsos

Um estábulo, um patíbulo

e acusações sem perdão

Ou então pode ser que seja

Um lindo jardim florido, onde há Sol.

Um pasto de capim a ser comido

Uma cama sem lençol

Um bornal de mau-caratismo

Um abrigo, um abísmo

Um vasto caminho

Onde estamos todos perdidos

Eu, buscando alguma saída

Enquanto a minha própria vida

Simplesmente espera por mim

Porém, num ver mais profundo

Ninguém vive mais que uma vida

A vida é vivida no mundo

O mundo uma estrada

A estrada uma esfera

A vida é uma espera

Onde nada, absolutamente nada

Um dia não chegue ao fim.

Edson Ricardo Paiva