REMORSO

Meus olhos se associam ao pêndulo

Que trabalha verticalmente para baixo,

Em minha consciência também encaixo

As dores que navegam num íntimo chulo.

Meus pensamentos empobrecem ávidos

Por esquecerem horas do nocaute ébrio,

Numa atmosfera em que me mata o tédio,

A desolação incauta não me deixa impávido.

Sofro de uma contingência e sou o culpado

Por não haver o equilíbrio de algo apurado

Num tempo em que apenas divisava o torso...

As horas são ingratas! Ingrato também o sou,

Pois não me detive quando sua boca soluçou

E agora o castigo é perene: sofro de remorso!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 05/08/2018
Código do texto: T6410501
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