REMORSO
Meus olhos se associam ao pêndulo
Que trabalha verticalmente para baixo,
Em minha consciência também encaixo
As dores que navegam num íntimo chulo.
Meus pensamentos empobrecem ávidos
Por esquecerem horas do nocaute ébrio,
Numa atmosfera em que me mata o tédio,
A desolação incauta não me deixa impávido.
Sofro de uma contingência e sou o culpado
Por não haver o equilíbrio de algo apurado
Num tempo em que apenas divisava o torso...
As horas são ingratas! Ingrato também o sou,
Pois não me detive quando sua boca soluçou
E agora o castigo é perene: sofro de remorso!
DE Ivan de Oliveira Melo